terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A finalidade da arte medieval

"No decurso dos dez séculos (...) [sécs. V a XV - Idade Média], a Europa ganhou forma... E foi então que nasceu e floresceu uma arte propriamente europeia. Hoje admiramos o que dela resta. No entanto, não consideramos essas formas com o mesmo olhar que aqueles que primeiro as viram. Para nós, são obras de arte e delas esperamos apenas (...) um prazer estético. Para eles estes monumentos, estes objectos, estas imagens eram antes de mais nada funcionais. Serviam. (...) Desempenhavam três funções principais.
A maioria eram presentes oferecidos a Deus, para O louvar, dar-lhe graças, para obter em contrapartida a Sua indulgência e os Seus favores. (...) O essencial da criação artística desenvolvia-se então em torno do altar, do oratório, do túmulo. Esta função de sacrifício justificava que se dedicasse uma grande parte da riqueza produzida pelo trabalho dos homens a embelezar esses locais. (...)
Na sua maior parte, estes monumentos, estes objectos, estas imagens serviam também de mediadores, favorecendo a comunicação com o outro mundo (...). Estavam ali para tornar o ritual das liturgias numa correspondência mais estreita com as perfeições do Além (...), para guiar a meditação dos devotos, para conduzir-lhes o espírito per visibilia ad invisibilia, como diz São Paulo. Condescendentes, os homens de saber atribuíam-lhes, além disso, uma função pedagógica mais vulgar. (...)
Finalmente - e esta terceira função ligava-se com a primeira -, a obra de arte era uma afirmação de poder. Celebrava o poder de Deus, dos seus servidores, dos chefes de guerra, dos ricos. (...) Por isso, nas suas formas maiores, a criação artística, nessa época como em todos os tempos, desenvolvia-se nos lugares onde se concentravam o poder e os benefícios do poder."

Georges Duby, História Artística da Europa, A Idade Média, Tomo I, Quetzal Editores

As finalidades da arte medieval:
- a obra de arte é um presente oferecido a Deus e, por isso, deve ser belo, de forma a agradar-lhe e a demonstrar a capacidade de os homens se sacrificarem dos objetos materiais;
- a obra de arte é um veículo de comunicação do mundo terreno com o invisível, uma forma de “ler” os desígnios de Deus e de mostrar aos “iletrados”(a maioria da população) aquilo em que deveriam acreditar;
- a obra de arte era uma afirmação de poder, quer de Deus, quer de quem a encomendava (o Rei, o Papa, a nobreza e o clero).

Como consequência, o artista era um mero executante das determinações de quem encomendava, confudindo-se, portanto, com o artesão pois não tinha poder criativo.


segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O Império Bizantino

A primeira de cinco partes de um documentário do History Channel sobre o Império Bizantino:

A cultura do Mosteiro

Nascida do rescaldo das invasões bárbaras e da desagregação do Império Romano do Ocidente, a Idade Média foi um período conturbado da história da Euroap. Desse mundo, emergiu o Mosteiro com uma importância política, económica, social e, sobretudo, cultural:

Resumo: